A (minha) vida transformada em palavras

"Pensar é um ato, sentir é um fato" Clarice Lispector

26 maio 2011

A Liga - Vendedores de Ilusões

Rafinha Bastos tem tomado destaque nos últimos tempos, por sua piada "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.". Principalmente o movimento feminista o retalhou, o que me deu satisfação.
Não é de hoje que ele usa o seu humor sem base pra ofender de forma pesada gêneros, valores, culturas, religiões. O momento em que comecei a ver um pouco mais desse humorista que, até então, fazia piadas se envolvendo no contexto de "viado" por ser gaúcho, foi quando vi o episódio de A Liga "Vendedores de Ilusões", onde retratavam algumas vertentes religiosas e o as "ilusões que as tais vendiam". A parte que mais me intrigou você pode ver aqui.
O episódio começa com um nome que remete à farsa de todas as crenças religiosas retratadas (duvido que qualquer religioso que participou soubesse do nome que o episódio iria levar, ou que toparia participar se soubesse). Rafinha Bastos vai ao encontro de uma mãe de santo e ela vai vazer uma limpeza na casa de uma senhora que está reclamando de acontecimentos estranhos na casa.
Desde o início é possível notar os olhares de deboche que são lançados, mas a falta de respeito maior acontece aos 2:18 do vídeo em que ela foi contar o que aconteceu. Ele pergunta se não foi uma escultura que deu o "murro" que ela falou que sentiu, coça o rosto e "nossa, que mulher fala alto", fala para ela chamar um marceneiro para consertar as portas da casa que abrem de noite e ela fica notavelmente constrangida, pergunta se, já que é um espírito, ele precisaria passar pela porta, isso só na conversa com a senhora. Enquanto é feita a limpeza, são mais ironias e desrespeitos. Em 5:40 do vídeo ele fala que é totalmente descrente e que está se segurando para não fazer piada de tudo que vê por ali.
Não sei como não teve apelo esse trecho, principalmente entre as religiões isso, é desrespeito muito grande ao alheio. Também não sei como esse "comediante" ganhou e ganha tanto destaque positivo ao ofender, violentar tanta gente.

Não tenho religião, como possa parecer por eu defender tanto o respeito a tais. Acho que sim, muitas das religiões são criadas para "vender ilusões", mas não posso e ninguém pode denominar algo assim, principalmente tratando da espiritualidade e religião das pessoas, sem provas. Qualquer desrespeito, ainda mais quando forem referentes às minorias (não tratam da igreja católica, por exemplo), tem que ser combatido.

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